Dizer amo-te
Já tinha este post nos rascunhos há uns dias e hoje, após o dia que encheu o meu refeitório de corações, parece-me boa ideia concluir.
Há quem diga e julgue que os gestos falam mais alto do que as palavras. Como se alguma coisa pudesse significar mais do que palavras, do que uma palavra. Isso só é válido quando se banalizam as palavras, especialmente uma que, em tão poucas letras, pode significar tanto: amo-te.
Por vezes agimos de uma forma que não queremos, da mesma forma que dizemos coisas que não sentimos. Agir contra a nossa natureza custa. Curiosamente, proferir o que realmente pensamos e sentimos também, sente-se uma pequena dorzinha.
Dizer amo-te, saíndo bem lá do fundo, é cirúrgico. Para mim, é quase como se sentisse que o meu peito se rasga para sair de lá dentro algo muito intimo. É sincero. Por outro lado, quando me é dito continua a acontecer algo de extraordinário em mim. Num episódio recente foram as lágrimas que começaram a cair apenas por o ouvir. Sem soluços, só um calor imenso. Afinal, o quão valioso é amar reciprocamente?
Pareceu-me que, à minha volta, de tanto se ouvir e dizer palavras como esta, retira-se o som das mesmas e, por consequência, perdem o seu significado e efeito. Criar um dia que manipule a economia das palavras e dos gestos deixa-me a pensar.
Olhem, sou por dizer menos e significar mais. Que se demonstre tudo, mas sem gastar a grandiosidade das palavras e das emoções.